Nossa Senhora, Porta do Céu (parte 03)
- Alan Dionizio (catequista leigo católico)
- 8 de dez. de 2016
- 3 min de leitura
O que nos ensina o dogma da Assunção para nós cristãos, hoje?
III. Breves reflexões em torno do dogma da Assunção de Nossa Senhora

1º. Deus é fiel às suas promessas
Sendo agora, a Rainha dos Céus (Cf. Sl 44,10.14-16), Maria mostra que Deus é fiel às suas promessas, também revela que de modo particular ela vigora junto ao filho intervindo na história humana, além de mostrar que toda graça de Deus é permanentemente operante.
2º. Deus é o Deus da vida
Deve-se em tudo cultivar a beleza do viver, a partir do nosso corpo.
Somos ainda, por esta verdade mariana, chamados a cultivar a vida e não a morte, pois, em Deus a vida não morre, antes se realiza de várias maneiras: na escuta, na dedicação, na palavra, na ação, no coração, enfim, no amor que sempre se renova.
A assunção de Maria, também evoca que o nosso corpo deve tronar-se incorruptível ao pecado e à degradação que é sempre morte. Nosso corpo possui uma dignidade, a dignidade de ser instrumento do Espírito Santo.
“Maria entrou na glória porque escutou no seio virginal e no seu coração o Filho de Deus. Olhando para ela, o cristão aprende a descobrir o valor do próprio corpo e a preservá-lo como templo de Deus, na expectativa da ressurreição.” (Papa João Paulo II apud Aquino, 2003, p.129).
3º. Deus olha para nossas aflições e em Deus sempre há esperança
A assunção de Maria é uma fortaleza à esperança que somos chamados em Deus, uma esperança certa, cuja espera será recompensada, é um sinal de que nesse mundo de injustiças, ladrões, assassinos, erros e enganos, Deus olha por nós, sente e sofre conosco, não é indiferente à nossa dor, pois se Maria ressuscitou, nós ressuscitaremos. E, assim se confirmará as palavras de Deus no Livro da Revelação:
“Enxugará toda lágrima de seus olhos e já não haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor, porque passou a primeira condição. Então o que está assentado no trono disse:
EIS QUE EU RENOVO TODAS AS COISAS.” (Ap 21, 4-5).
4º. Todos os problemas são pequenos se comparados à força do Amor
Todos os problemas são pequenos se comparados à força do amor: uma espada de dor pode até transpassar nossa alma (Lc 2,35), mas num abrir e fechar de olhos, Deus ressuscita a nossa vida.
Ademais, no céu, Maria é a PORTA para os fiéis de Deus, não porque compete a ela a salvação, mas porque, como diz S. Afonso de Ligório, ela é o molde pelo qual podem ser feitos os santos, porque ela, como perfeita mãe não desiste de um filho, nem deixa de interceder por ele, por isso, continua a velar, e a preocupar-se conosco e a levar as nossas necessidades a Jesus, que como bom filho sempre está atento e solícito aos pedidos de sua mãe.
Concluímos a catequese Mariana, deste mês de maio dedicado à Nossa Senhora, com o dogma que coroa Maria como a Rainha dos Ceús. Com isto, não esqueçamos que Maria é porta, porque sendo seu caminho, sua vida e sua verdade, o Cristo Jesus, Maria se tornou modelo de fé e de caminho para os caminhantes deste mundo que desejam conhecer, seguir a Jesus e contemplar um pouco daquilo que os olhos jamais viram: as belezas e maravilhas do céu.
“Quem encontrar Maria encontrará a vida (Cf. Pr 8,35), isto é, Jesus Cristo, que é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6). Mas não pode encontrar Maria quem não a procura; não pode buscá-la quem não a conhece, e ninguém procura nem deseja o que não conhece. É preciso, portanto, que Maria seja, mais do que nunca, conhecida, para maior conhecimento e a maior glória da Santíssima Trindade.” (S. Luís Maria Montfort, p.52).
Referência:
Encíclica Munificentissimus Deus do Papa Pio XII. Dispõe sobre a Constituição Apostólica pela qual foi Definido o Dogma de Nossa Senhora, em Corpo e Alma ao Céu. 01 nov 1950.
Encíclica Redemptoris Mater do Papa João Paulo II. Dispõe sobre a Bem Aventurada Virgem Maria na Vida da Igreja que está a Caminho. 25 mar 1987.
Encíclica Rosarium Virginis Mariae do Papa João Paulo II. 16 out 2002.
BOFF, Fr. Clodovis. Maria no Novo Testamento. In.: Congresso Mariano: “Contemplar Cristo com os Olhos de Maria”. João Pessoa: Arquidiocese da Paraíba, 2003.
BOFF, Fr. Clodovis. Mariologia Social: o significado da Virgem para a Sociedade. São Paulo: Paulus, 2009.
BOFF, Ir. Lina. Mariologia: interpelações para a vida e para a fé. São Paulo: Paulus, 2007.
CANTALAMESSA, Raniero. Maria: um espelho para a Igreja. São Paulo: Santuário, 2008.
KRIEGER, Dom Murilo S.R. Com Maria, a Mãe de Jesus. São Paulo: Paulinas, 2002.
LIGÓRIO, Santo Afonso. Glórias de Maria. São Paulo: Santuário, 2001.
MONTFORT, São Luís Maria Grinion de. Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. São Paulo: Vozes, 2008.
SÉSBOÜÉ, B.; BOURGEOIS, H.; TIHON, P. Os sinais de salvação. v.03. São Paulo: Loyola, 2005.
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